quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Eu te desejo em 2013...


Certa vez, o povo de um vilarejo decidiu se
reunir no centro do lugar para rezar pedindo por
chuvas, mas apenas um garoto levou o guarda-chuva.
O nome disso é fé. 

Quando você joga um bebê de um ano de idade para o alto,
ele gargalha porque sabe que na queda alguém irá segurá-lo.
O nome disso é confiança.




A cada noite, antes de dormir, não temos garantia
nenhuma de que estaremos vivos na manhã seguinte,
mas, ainda assim, colocamos o despertador para tocar.
O nome disso é esperança.


Que em 2013 nunca nos falte fé, confiança e esperança!



sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Carta ao Ex!


“Prezado...” não, prezado não. É muito formal e, de mais a mais, não o prezo mesmo.

“Caríssimo...” ah não! Caríssimo? Caríssimo é algo de valor. Até admito que ele tenha lá um certo ar de grife, com aquele cabelo grisalho, aquele olho rasgado e aquele perfume importado,  mas daí a ele me ter algum valor, tá longe!

“Tom...” também não pode ser. Apelido é algo próximo que se usa com quem se tem intimidade. E esta, definitivamente, não temos mais.

“Sr. Antonio...” não, não... apesar dos meus quarenta anos, nunca fui fã dos coroas. Chamá-lo de senhor me remeteria a uma verdade que não quero reconhecer: já somos sim coroas, ele e eu.

 “Antonio...” é! É o seu o nome! Ficou bem melhor assim, até porque há tantos e tantos anos não o chamo pelo nome!

Primeiro era o apelido comum: Tom! Depois foram os apelidos íntimos: negro, amoreco, leãozinho (tigrão em alguns momentos...). Por ultimo já eram os apelidos doloridos: canalha, cretino, cafajeste!
É isso, encontrei a maneira certa de chamá-lo: pelo nome próprio.
Como se faz com o rapaz da farmácia, alguém que você conhece, mas não tem nenhum vinculo e nem quer ter.

Chamá-lo pelo nome é como cortar a fita que inaugura essa nova fase em nossas vidas.
Uma fase em que não comeremos cachorro quente na madrugada depois de uma noite de festa, não faremos mais piquenique no parque nas tardes de domingo, não veremos mais filme embaixo do edredom nas noites de inverno, não nos ligaremos muitas vezes por dia pra contar os mínimos acontecimentos, não dividiremos mais a mesma taça de vinho antes do jantar...

Essas lembranças até me deixariam triste agora se não viessem acompanhadas de outra fase. Uma que espero não viver nunca mais...
Fase das descobertas, das desilusões, de entender que ninguém pertence à ninguém e que nada é eterno. De ver a mala sendo arrumada, de tomar decisões práticas como mudar o nome na carteira de identidade. De ter que dividir as fotos e os livros, de fingir que está tudo bem só pra não dar o braço a torcer até a porta se fechar...

Engraçado agora poder pensar em tudo isso sem chorar, sem sofrer, sem me abalar! Tudo passa mesmo nessa vida, bem já dizia minha vó...
Tanto passa que na verdade já não lembro mais o que ia escrever a ele!

Ah, quer saber? Deixa pra lá! Vou pegar a minha bolsa e correr que já to atrasada pro meu pilates!






segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Para Dudu!

Fiz este poema para o filho de uma amiga, o Dudu, guri "loco de especial", dançarino de invernada mirim do CTG Rancho da Saudade, que ia se apresentar pela primeira vez e ela queria algo pra colocar num cartaz pra ele:



Para Dudu

Nem o brilho prateado das noites de lua cheia
Nem o pago verde e longo por onde se campeia

Nem o mais puro mate cevado de emoção
Nem a brasa que aquece o inverno no fogo de chão

Nem o pingo que corre solto com crinas ao vento
Nem o ipe amarelo que floresce lindo no seu tempo

Nada no rincão da vida é capaz de se igualar
Ao sentimento de orgulho que viemos exaltar

Presente que ganhamos de Deus:
Eduardo, filho amado
Que o Patrão Velho ilumine os passos teus!


terça-feira, 18 de setembro de 2012

Poema: Vida de Gaúcho




Sou homem de pouco luxo
Mas sou homem de muita fé
Como todo bom gaúcho
Me mantenho sempre em pé

No Patrão Velho tenho confiança
E à Ele entrego minha vida
Só Lhe peço em esperança
Que nunca me falte a lida

Com meu pingo pago afora
Deixo o vento me açoitar
E logo ao romper da aurora
Já me ponho a matear

Sentado ao pé do fogo
Penso muito em minha prenda
Seu cabelo negro e longo
E seu vestido com renda

Como vê meu caro amigo
Tenho a vida que eu quis
Sou sincero quando digo
Que com pouco sou feliz




terça-feira, 11 de setembro de 2012

A Decepção...




Decepcionar-se é coisa natural.
Diariamente criamos expectativas em relação à tudo: à alguém, à uma situação, ao trânsito, à uma relação, à um lugar... O ser humano não levantaria da cama pela manhã se não houvesse alguma expectativa para seu dia.
É por isso que nos decepcionamos, pois nem sempre é possível atingir os objetivos que colocamos em relação às coisas e às pessoas.
Posto isto, ficou claro de quem é a culpa da decepção? É absolutamente nossa.
Fomos nós quem projetamos algo que nem sempre é possível e viável. Exceto se o outro te fez promessas e não as cumpriu, foi você mesmo quem se causou essa situação.
E o que fazer então? Não criar mais expectativas em relação à nada, afim de não sentir essa sensação de frustração, de vazio, de engano?
Não... Já diz o ditado que “a esperança é a ultima que morre”! Esperança, expectativa, isso tudo é combustivel pra seguirmos a estrada adiante.
A grande sacada então é aprender a conviver com as decepções. Olhar friamente pra situação e perceber a linha tênue entre o que você projetou e o que o outro ofereceu.
Fazer uma conta primária de subtração e sentir/sofrer somente pela diferença entre esses dois fatores.
Isso torna a gente mais forte e a vida mais leve. Evita muita lágrima, devolve muitas horas de sono, economiza em creme anti-rugas e principalmente, adoça a amargura íntima...




quinta-feira, 30 de agosto de 2012

O que é ser tradicionalista?




Tem algum tempo que penso em escrever sobre essa nova paixão que tenho em minha vida: o Tradicionalismo!
Queria tentar quebrar alguns tabus, da mesma maneira como se quebraram pra mim.

Os que me conhecem sabem que sempre fui de noite, de festa, de balada, de mto rock clássico, pop rock e pagode pela madrugada afora! Eclética que só, nunca dispensei tb um bom e velho sertanejo de raiz, um reggae na praia, uma MPB ou um blues ao bom estilo Chuck Berry!

Mas definitivamente, eu não simpatizava com a música gauchesca. Alias, com nada da cultura gaucha. Tinha pra mim que os tradicionalistas eram homens grosseiros e bêbados, fedendo à fumaça de churrasco e mulheres submissas e apáticas. A parte da fumaça de churrasco não deixou de ser verdade, viu, mas agora ao invés de “fedendo a” me cai melhor o termo “cheirando a”.

Foi então que há uns quatro anos atrás o Ataliba (meu marido) começou a frequentar o Harmonia com o primo Marcelo. Tortura pra boneca aqui! Meu salto entrava naquele barral, minhas roupas e meus cabelos ficavam defumados, a gente caminhava feito uns condenados naquele parque, eu não conhecia musica alguma daquelas que na verdade me doíam aos ouvidos, enfim, a treva! Neste meio tempo começamos a frequentar um piquete (tipo de um QG Gaúcho) de uma coroa meio bipolar que às vezes nos tratava super bem, outras nem nos cumprimentava e só pensava em quanto ia vender a cerveja ou locar o espaço da churrasqueira. Esse piquete da coroa era meio fim de carreira, só ia uns tiozinhos de bombacha xadrez e colete combinando, quase sem dente na boca e que enchiam a cara de trago. A treva de novo!

O que me consolava era a presença de uma amiga e comadre querida (minha grande parceira até hoje) a Aline, esposa do primo, que me acompanhava na indiada. Mas nós íamos odiadas, ficávamos lá com umas caras de bunda, mas na parceria com os maridos.

Detalhe importante: nossos filhos, os meus e o dela, alheios a todo o resto, AMAVAM “ir pros gaúchos” como eles diziam. E aí, caro leitor, eu pergunto: que mãe não se rende a um sorriso de um filho?

Mas o Patrão Velho (Deus) olhou pra baixo e no ano seguinte ao piquete da coroa bipolar nos conduziu a um piquete novo. Um piquete de verdade, de gente que ama a tradição e que não tá lá dentro pra ganhar dinheiro. Foi então que descobri o prazer de ser tradicionalista!

O Piquete Dois Amigos é como uma grande casa da gente. O patrão (responsável pelo piquete), seu Zé, tem o sorriso mais acolhedor que eu já vi na vida e a patroa, Dona Jurema, é aquela mãezona/amigona que tanto te serve um prato de comida campeira da melhor qualidade quanto se senta contigo e toma uma cerveja parelho! E junto desses dois tem o resto da família, as filhas, genros, o filho, amigos de todas as idades e de todos os lugares, gente que vai se chegando e dali não sai, ano após ano.

Desse ano em diante passamos a frequentar o piquete durante o ano todo e não somente no setembro. Deixamos de ser os setembrinos (gaúchos só da época do Harmonia) e passamos a incorporar a cultura.

E foi aí que descobri gente alegre, homens guapos (bonitos) e xiruas (mulheres) lindas, família reunida, as crianças participando de tudo o que fazemos desde um churrasco ao meio dia até um baile à noite, sem que precisemos depender de ninguém pra cuidá-las. Descobri um mundo de simplicidade, onde matear (tomar chimarrão) ao redor da churrasqueira jogando conversa fora vale mais do que qualquer seção de terapia com o psicólogo mais renomado, onde as músicas são densas com letras que falam de paixão, de campeirismo (vida no campo) e da incrível relação entre homem e natureza, onde o xucrismo (estilo de vida sem doma, sem formalidade) é sinal de autenticidade e transparência.

No piquete a gente se reúne sem máscaras, sem vaidades, sem se importar com a conta bancária do vivente (o outro) e o respeito e a relação familiar são prioridades. Ninguém se importa de cheirar a fumaça, porque nossas pilchas (indumentária típica) são feitas pra isso, ninguém se importa de bostiar (pisar nos cocôs de cavalos, vacas, etc) as botas, pois elas são feitas pra isso. Todo mundo pode andar com a faca pendurada na guaiaca (cinto próprio pra isso) pois ela só será usada pra cortar aquele costelão doze horas (costela que leva mesmo doze horas pra ser assada). A comida campeira é farta e deliciosa, como a boa e velha vaca-atolada (carne de panela cozida junto do aipim), ou o carreteiro de charque, o feijão mexido, etc...  e o único intuito disto tudo é nos reunirmos pra ser feliz, pra curtir e também pra reverenciar àqueles que em 1935 lutaram bravamente por um ideal e que assim viviam naquele tempo.

Sobre o Parque da Harmonia, eu entendo que muita gente não goste. Primeiro porque ser setembrino é chato mesmo. Setembrino não tem pouso e nem intimidade com aquele universo. Segundo porque as pessoas tem uma ideia errada de que ir pra lá é ir pra caminhar feito loucos, pra cima e pra baixo, enquanto o prazer está em parar em algum lugar pra compartilhar com amigos. Terceiro porque “o barro, o barro, o barro”... aff! Taura (pessoa valente, destemida) não se importa com o barro, porque não estamos lá pra olhar se alguém ta limpinho e brilhante ou embarrado até as canelas, estamos lá pra olhar no olho e apertar a mão e dividir um gole do butiá (cachaça de butiá) mais pegado.

Tem gente bêbada? Tem! Como em qualquer outro lugar (balada, carnaval, beira de praia). Tem gente grossa? Tem! Como na fila do supermercado ou no caixa do banco. Tem gente feia? Tem! Como agora mesmo do seu lado deve haver alguém! É tudo perfeito? Não! Tal qual não é em lugar algum do planeta, nem no Vaticano e nem na casa da gente.
 Mas tem gente de valor, tem filhos participando ativamente de atividades com seus pais, tem gente simples independente de quanto ganha, tem sempre um pouco de cultura ou um causo (conto gauchesco fictício ou não) a ser contado.

E fora isso tudo, tem no ano inteiro alguma atividade, algum encontro, uma cavalgada (encontro de vários cavaleiros), uma tertúlia (encontro de pessoas para cantar, recitar poemas, contar causos), um churrasco, um baile, etc...

Buenas, espero que tenha conseguido passar um pouquinho do que é este universo pra quem me lê. Não tenho a pretensão de convencer ninguém a nada (embora sem duvida eu adoraria que meus amigos participassem mais deste meu mundo). Só queria poder dizer que o preconceito é o maior mal da humanidade. Enquanto conceituamos previamente sem conhecer algo ou alguém perdemos muitas vezes oportunidades únicas de experiências diferenciadas e muitas vezes de sucesso.

Não posso escrever mais, porque creio que tem gente que já abandonou no meio do caminho! Mas preciso responder à pergunta título deste post: o que é ser tradicionalista?

Ser tradicionalista é encontrar o prazer nos momentos mais simples, valorizando a cultura e o modo de vida dos precursores do nosso estado. 



**Fora o bom e velho vestido de prenda e a pilcha masculina tradicional, existe a 'modinha Harmonia', porque gaúcho é grosso, mas tb é fashion tchê! eheheheh




**Assista abaixo à algumas das minhas músicas preferidas, vai te encantas?!













sábado, 25 de agosto de 2012

Controvérsia


Ajoelhada aos pés da imagem de barro mal feita, lágrimas rolavam sobre o rosto castigado pela rudez de uma vida sofrida.
Na seca maldita do sertão, aquela não era uma cena incomum.
Incomum era o sentimento que latejava no peito daquela mãe, que chorava a morte de um dos muitos filhos ao mesmo tempo em que, intimamente, agradecia por ter uma boca a menos para alimentar, um não a menos para dizer...


sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Amargura




Dizem por aí que decepção não mata, ensina a viver.
Ensina à quem se o decepionado de hoje é o decepcionador de amanhã?
Não me venha com ditos populares quando meu coração sangra 
e a única coisa que consigo engolir neste momento é outra dose de whisky.

Decepção mata sim, a começar pela ingenuidade da gente.






segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Mini Conto: Porque assim são as mulheres...


Existia um anel que ficava em cima do armário de um banheiro feminino frequentado por muitas mulheres.
Todos os dias aquelas mulheres olhavam praquele anel, ali, parado, inerte. 
Nenhuma delas achava graça alguma nele.
Até que um dia uma mulher o achou lindo. Pegou, experimentou no dedo e desejou tê-lo.
À partir deste dia, todas as outras mulheres passaram a desejar o anel mais que tudo na vida.
Não prestavam atenção em mais nada, nenhuma outra jóia as atraía, precisavam: DELE.
Passaram a viver numa silenciosa disputa.
Um dia batom, no outro perfume, um dia salto alto, no outro decote.
E assim faziam elas pra tentar conquistá-lo e o levá-lo como prêmio.
O final dessa história? Ninguém sabe.
Mas todos sabem que ela é verdadeira, porque assim são as mulheres... ;)



segunda-feira, 9 de julho de 2012

Poema para Monique


Tinha olhos de anestesiar
Nem precisava do resto
Bastava o olhar.
Mas por trás daquela tela
Acredite, era sim toda bela
Era inteligente e sagaz
Maliciosa e voraz.

Uns a amavam
Outros a idolatravam
Não raros a devoravam
Só com o pensar.
Mas poucos
Como eu, por exemplo
Conseguiam sua alma decifrar.

Isso porque atrás do personagem
Tudo não passava de uma imagem.
Ainda era linda
Mas doce e sensível
Porque ela sabia
Que como o poeta dizia
O essencial era invisível...

domingo, 10 de junho de 2012

Poema: Minha Fé


Minha fé

Minha fé me sustenta,
Me acalenta,
Me preenche
E por ela eu sigo em frente

Cabeça erguida e
Peito estufado é o que há
Levando ao mundo inteiro
A bandeira de Oxalá

Minha força vem da mãe dos ventos
E o toque de doçura é Oxum quem dá
Ogum me protege com sua espada
E o pensamento quem rege é Iemanjá

Salve a Cabocla Jurema
Sempre a me abençoar
Assim como a Cigana da Praia
Com sua saia a rodar

Quem me cuida não dorme
Me acompanha sob a luz da lua
Nos caminhos que eu ando
O meu guarda é Tranca Rua

Dos Cosminhos tenho a alegria
Do Marabô o olhar constante
E com Vó Chica e Pai Antônio
Eu aprendo a todo instante

Não duvide do que digo
Não creia que eu minta
Mas se queres ter certeza
Pergunte ao Zé Pilintra!









terça-feira, 5 de junho de 2012

Poema: Queda de braço

Queda de braço

É tudo pra chamar tua atenção
Faço que nem ligo
Mexo no cabelo
Jogo charme prum amigo
Finjo não vê-lo

Mas se me olhar dentro dos olhos
Me lê em cada pensamento
Coração bate mais forte
Perco o meu norte
E transborda o sentimento

E aí não tem mais disfarce
Já não quero mais lutar
Pra que queda de braço
Se os dois querem ganhar?

Ou perder, se perder...


quarta-feira, 30 de maio de 2012

Poema "Carrego seu coração comigo" de E. E. Cummings

Poesia é algo que me preenche a alma...


Hj lembrei de um poema lindo que a Cameron Diaz fala pra irmã num filme chamado "Em seu lugar".
Vou transcrever aqui e vc me diz se não tem uma profundidade incrivel estas palavras...

Dedico à Bernardo e Bento este post.

Carrego seu coração comigo
E. E. Cummings


Carrego seu coração comigo
(Eu o carrego no meu coração)
Nunca estou sem ele
Onde quer que vá, você vai comigo
E o que quer que faça
Eu faço por você


Não temo meu destino
(Você é meu destino, meu doce)
Eu não quero o mundo por mais belo que seja
(Você é meu mundo, minha verdade)
Eis o grande segredo que ninguém sabe


Aqui está a raiz da raiz
O broto do broto
E o céu do céu
De uma árvore chamada vida
Que cresce mais que a alma pode esperar
Ou a mente pode esconder
E esse é o prodígio
Que mantém as estrelas à distância
(Eu carrego seu coração comigo)
Eu o carrego no meu coração.


segunda-feira, 7 de maio de 2012

O que realmente tem valor na vida: um conto espirita

Honorato tinha quarenta e cinco anos e uma filha de dezoito. Amava aquela menina sobre todas as coisas na face da Terra. Não tivera outros filhos e nem queria, Laís o preenchia de uma maneira única...
Ele tinha uma posição econômica farta. Dono de uma empresa muito bem sucedida, desde sempre criou a menina com todo o luxo, escolas particulares, atividades extras diversas, clube, viagens, eventos. Era um excelente pai, atencioso e preocupado, entretanto, valorizava muito o ter, o poder, o status, o material. E ensinou a mesma coisa para Laís a vida toda.
Eis que um dia Laís se apaixonou por um rapaz. E este não era da sua mesma posição social. Era o balconista de uma farmácia que ela costumava frequentar...
O amor entre os dois foi imediato! Como dizia a canção “e mesmo com tudo diferente veio mesmo de repente uma vontade de ver e os dois se encontravam todo dia e a vontade crescia como tinha de ser.” Mas diferente da letra da música, a historia não teve o mesmo final feliz.
Preocupada com o que o pai pensaria desta relação, Laís começou a entrar numa neurose doentia. Precisava separar-se do balconista. Precisava não pensar mais nele. Um rapaz simplório e sem estudos não merecia toda sua atenção daquela maneira!
Mas quem disse que ela conseguia se o coração já estava tomado de paixão?
E o conflito interno a enlouquecia dia após dia... Pensava no rapaz, queria seu abraço, seu carinho. Pensava no pai, sentia vergonha por não lhe proporcionar o genro que sempre sonhou.
E nessa angustia alucinante, Laís, acostumada a  ter sempre tudo o que queria na vida, não soube lidar com a necessidade de escolha. Sentindo-se pressionada, achou melhor por fim à própria vida, a ter que optar entre o querido pai e seu grande amor.
O chão saiu dos pés de Honorato quando um telefonema o avisou que a filha havia bebido veneno no banheiro da faculdade e fora encontrada já sem vida.
Sem vida ficou o mundo dele... secou suas lágrimas, acabou-se em desespero... a esposa, como mãe também sofria muito a perda inesperada de sua princesinha, mas nada comparava-se ao martírio vivido por Honorato.
Foi então que ele mandou construir o maior mausoléu que o cemitério daquela cidade já vira. Puro mármore, puro granito, fotos enquadradas, flores e mais flores. E ali ele passava seus finais de semana, limpando, arrumando, enfeitando, conversando com a filha morta, na ilusão de estar fazendo algo por ela.
A mãe da menina voltou-se à caridade. Todo o glamour de antes perdera a graça e dona Marta passou a cuidar de crianças carentes, na esperança de preencher o vazio deixado por Laís.
Muitas foram as vezes que ela convidou Honorato à acompanhá-la. Muitas foram as vezes que tentou mostrar à ele o quanto haviam necessitados que podiam se beneficiar de sua atenção. Mas ele não queria saber de mais nada. Até dava dinheiro para as ações sociais, mas não envolvia-se, não enxergava ao seu redor nada além do mausoléu da filha.
Os anos passaram, dona Marta enredou-se cada dia mais com a caridade, assumiu famílias pobres onde custeou estudo e sustento das crianças e a saudade da filha era amenizada por cada sorriso que recebia em forma de gratidão.
 Foi então que com setenta anos Honorato faleceu. Teve um enfarto fulminante e serrou os olhos para sempre.
Já no plano astral, quando acordou para a verdadeira vida, a primeira pergunta ao mentor que o acompanhava foi:
- Onde está minha Laís? Posso vê-la? Preciso saber se ficou feliz com seu castelo que construí! Quero abraçá-la, quero beijar-lhe as faces, quero matar toda minha saudade da minha bonequinha!
Foi então que o mentor o chamou para conversar e explicou:
- Honorato, embora tenha cometido o pior de todos os pecados, o suicídio, sua filha recebeu uma oportunidade muito especial que é retornar brevemente após sua chegada à Terra. Reencarnou poucos meses depois do acontecido, com duas missões:
A primeira resgatar a falta grave ao tomar o veneno quando se deixou sucumbir à fraqueza e não tentou lutar por seus objetivos.
A segunda, ensinar-te à amar menos o material e mais ao teu semelhante, seja ele da condição financeira que for.
O coitado ficou desolado... mas então ela já havia reencarnado? Era verdade mesmo essa coisa que os espíritas falavam sobre nascer novamente?
E o mentor continuou:
- Por ter atentado contra a própria vida tomando veneno, sua filha destruiu suas cordas vocais do periespirito e por isso, retornou à Terra como pequena muda, filha de pais muito humildes, quase sem condições de criá-la.
Sua esposa esteve junto de sua filha por todos estes anos, amando-a e ajudando-a ainda que sem saber quem era, pois Laís está em uma das famílias que dona Marta assumiu em caridade.
Muito se tentou que você tivesse contato com ela. Isso teria acalmado o seu coração e ao mesmo tempo o teria ensinado o valor do próximo, seja ele rico ou pobre.
Mas tudo foi em vão, pois te tornastes obsecado por aquele castelo frio e sombrio que construístes para uma vida que não estava mais ali, naquele corpo.
Muitos são os que se iludem achando que belas flores e belas lápides fazem alguma diferença ao ente querido que já se foi.
Poucos os que entendem que estender a mão ao próximo mais necessitado é a maneira mais certa de se preencher o coração.
Mas não sofras nem te condenes Honorato. Vais renascer também daqui há alguns anos, desta vez como filho da tua filha, em condições financeiras bem restritas. E quem sabe assim ela consiga cumprir a sua missão e te ensinar o que realmente tem valor na vida.

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Amar é aceitar q ninguém é perfeito pra ninguém...

Ele é a agua, eu sou o vinho. Ele gosta de estar quieto em casa, eu gosto de bater perna na rua, de visitar, conversar. Ele ama pagode, eu amo dance music.
A comida dele tem uma mistura de cominho, manjericão, sálvia, alecrin e outros temperos mais q eu não gostooo! A minha comida é simplinha, mal e mal um pouco de sal, alho e cebola e ele a acha sem graça! Ele adora batida de banana com aveia, adora granola, adora mingau de maisena. Eu me enjôo só de escrever aqui sobre isso... ecaaa! Ele é quieto, eu sou falante. Ele odeia cigarro, eu adoro um junto de uma cervejinha gelada. Ele é serio, eu sou palhaçona. Ele nunca quer ir embora de um lugar na hr eu quero. Ele é do grêmio, eu...(putz, quase me esqueço que virei a casaca no ano passado) eu sou do grêmio tb! eheheh

A gente tem tantas diferenças q eu passaria horas aqui descrevendo-as. A gente briga, discute, discorda, temos genios fortes... Eu já o magoei algumas vezes, pq sou “boa” com as palavras... ele tb já me magoou outras vezes, pq tem olhos penetrantes q dispensam as palavras. Ele se irrita e explode, eu me melindro e choro...

E cada molecula dessa diferença toda compõe a química q nos une.

E eu amo qdo ele me dá bom dia ao acordar...
Qdo ele cuida de mim, qdo me olha com admiração, qdo se preocupa com meu bem estar, qdo me elogia mesmo q eu esteja mtos kgs acima, qdo me compra um presente, qdo me prepara um café, qdo morde, aperta e afofa nossos filhos, qdo dá a bronca neles e até em mim preocupado em educá-los e prepará-los pra vida, qdo me dá força em meus projetos, qdo repara na unha q eu pintei, qdo palpita na roupa q vai me deixar mais bonita, qdo me abraça e me beija, qdo me deseja e consome com uma voracidade de dar inveja a adolescente... (adoro!) Qdo descobre algo novo comigo, qdo descobre algo novo e me ensina, qdo aprende o q eu descobri... Qdo planeja o futuro, qdo deita no meu peito pra assistir um filme, qdo leva minha mãe em casa a noite, qdo me ajuda com a facul, qdo batalha por nós...

Somos tão diferentes que nos completamos... aceitamos os nossos defeitos e tentamos conviver da melhor maneira possível com eles. Não somos mais hipócritas, não juramos mais do q podemos cumprir. Não fantasiamos um conto de fadas, não esperamos um “felizes para sempre”. Esperamos um “felizes sempre q possivel”...

Pq como diria sabiamente a canção: “amar não é ter q ter sempre certeza, é aceitar q ninguem é perfeito pra ninguem, é poder ser vc mesmo e não precisar mentir, é tentar esquecer e não conseguir fugir....”


Contra o mau olhado eu carrego o meu patuá!


Os que me conhecem sabem que sou de religião Umbandista. E tenho mto orgulho disso!

Nasci e fui criada na religião espírita, embora tenha sido batizada, feito a primeira comunhão e casado no catolicismo. Desde pequena cresci ouvindo com naturalidade sobre um plano astral paralelo ao nosso, sobre espíritos elevados ou não, sobre um Pai perfeito criador de tudo o q nos rodeia, etc. Lembro de, qdo eu tinha uns 8 anos, ter lido um livrinho onde o lobo mau desencarnava e assistia numa televisa no astral todas as maldades que ele havia feito à chapeuzinho e aos porquinhos, e arrependido e envergonhado, pedia pra reencarnar como um lobinho cego e dependente da ajuda daqueles q ele mesmo havia prejudicado na vida anterior. Baita lição, tanto q não esqueci até hj, tantos anos depois.

Em 2005 conheci a Umbanda. Não tem mta explicação, foi amor à primeira vista, ou talvez um retorno às origens. Não sei... só sei q aquela religião genuinamente brasileira, mas originária da cultura africana, cheia de ritos, símbolos, musicas (pontos) e energias da natureza me encantou profundamente... E cá sigo eu, apaixonada pela minha mãe Iemanjá, pelo meu pai Ogum e por todas as entidades iluminadas que compõem as falanges de Aruanda.

Mas isso não me impede de conviver em perfeita harmonia com as demais religiões que existem. Volta e meia vou à missa, já participei de cultos evangélicos (tenho uma parte da família da minha mãe q é evangélica), adoro ir à um centro kardecista, tenho profundo respeito pelo budismo, adoro o esoterismo... Isso pq acima de tudo eu creio numa força q chamamos de Deus.
As religiões são ritos inventados pelo homem pra lembrá-los das condutas do bem. Sei q mta gente do bem nem tem religião, mas o homem em geral, desorganizado e imperfeito, precisa de regras, ate mesmo na hr de comunicar-se com Deus.
Uma coisa eu cresci escutando minha mãe falar e concordo plenamente: mais vale um ateu q estende a mão ao seu próximo do q uma carola q passa pelo mendigo na frente da igreja e olha pro outro lado.

Deus em todas as formas e crença é amor. E a caridade é a mais pura tradução do amor.
E não pensem q caridade trata-se somente de doar agasalho e pão. Não... caridade é ensinar de onde tirar esse agasalho e esse pão. Caridade é ouvir quem precisa falar, desabafar. É lançar um olhar de conforto a quem sofre, é segurar numa mão aflita, é dar um sorriso ao trabalhador q derrete trabalhando no sol, é não julgar, não criticar, não maldar, não fomentar a maldade. Tudo isso é uma maneira de se fazer a caridade.

Eu creio em Santo, em Orixá, em energia, em axé e contra o mau olhado eu carrego sempre o meu patuá. Mas se vc não crê em nada disso, segue fazendo o bem, querendo o bem, dando segmento à corrente do bem q com certeza estaremos na mesma sintonia!

Sarava!

A vida podia ser sempre como um clip Indiano...

Aiiii... como seria bom!!! Olha a cara de alegria dessa gente!

Problemas?? Não... Grana?? Aos baldes...




Mas já diria um novo ditado:

"Ninguém é tão feio como na identidade, tão bonito como no Orkut, tão feliz quanto no Facebook, tão simpático como no Twitter, tão ausente como no skype ou tão ocupado como no MSN... "


Bem vindo à VIDA REAL!!!

Então, já q não da pra ter uma vida bollywoodiana, vamos curtir a musiquinha mesmo! ehehehe 

  Aaja Aaja Aaja Aaja Aaja Aaja Aa

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Seria perfeito...

“A coisa mais injusta sobre a vida é a maneira como ela termina. Eu acho que o verdadeiro ciclo da vida está todo de trás pra frente. Nós deveríamos morrer primeiro, nos livrar logo disso. Daí viver num asilo, até ser chutado pra fora de lá por estar muito novo. Ganhar um relógio de ouro e ir trabalhar. Então você trabalha 40 anos até ficar novo o bastante pra poder aproveitar sua aposentadoria. Aí você curte tudo, bebe bastante álcool, faz festas e se prepara pra faculdade. Você vai pro colégio, tem várias namoradas, vira criança, não tem nenhuma responsabilidade, se torna um bebezinho de colo, volta pro útero da mãe, passa seus últimos nove meses de vida flutuando. E termina tudo com um ótimo orgasmo! Não seria perfeito?”

Não sei quem escreveu isso, mas que seria perfeito, seria...

terça-feira, 24 de abril de 2012

Madonna no Olímpico


Eu vou!!!

22 anos depois de passar uma noite inteira chorando por não ter podido ir ao Rio, estarei lá no Olimpico para vê-la... que emoção...

"porque a gente cresce, mas o sonho não desaparece..." ;)

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Especial...

“Sorria, brinque, chore, beije, morra de amor,
 sinta, sonhe, grite e, acima de tudo, viva.
 O fim nem sempre é o final.
 A vida nem sempre é real.
 O passado nem sempre passou.
 O presente nem sempre ficou
 e o hoje nem sempre é agora.
 Tudo o que vai, volta.
 E se voltar é porque é feito de amor."

Autor desconhecido. Mas sábio.


terça-feira, 27 de março de 2012

Porto Alegre é o meu lugar!

Porto Alegre é o meu lugar!


Geminiana nata, tenho braços abertos às descobertas e o coração cheio de sonhos! Analisando estes sonhos, resolvi elencá-los no intuito de aos poucos realizá-los. Foi então que me dei conta do privilégio de viver em Porto Alegre!
Sonhei conhecer o frio dos Alpes Suíços e minha cidade me brindou com um charmoso inverno! Sonhei em visitar as grifes famosas da 5ª Avenida em Nova York e cheguei ao glamour do Moinhos de Vento; sonhei em estar no coração de todas as tribos, Londres, com suas diversidades e curiosidades, e lembrei que Porto Alegre já sediou o Forum Social Mundial e o Forum Social Temático, onde tive plenamente essa oportunidade, sonhei um dia pedalar pelo Wiener Prater na Austria, mas com a Redenção logo ali, farta de belezas naturais e entretenimentos, achei aqui novamente o meu lugar! Sonhei com o tão falado por-do-sol do Grand Canyon e me deparo diariamente com o mais belo de todos, às margens do Guaíba; sonhei em conhecer o famoso calor da Líbia, e o verão daqui me apresenta um sol radiante; sonhei com shows de grandes artistas mundo afora e eles vieram até mim, fazendo de minha cidade uma grande rota musical de todas as preferências!  Sonhei com o carnaval do Rio de Janeiro e em fevereiro o Porto Seco se abre para nos receber em sua folia; sonhei em participar do Festival de Parintins, mas o 20 de Setembro me traz um desfile temático incrível com nossa cultura local; sonhei com o famoso Mercado Publico de Florianópolis e encontrei no nosso Mercado um lugar pra fazer compras, curtir um happy hour ou comer um bom sushi comparável aos melhores restaurantes do Japão; sonhei até com os grandes centros de negócios de São Paulo, mas andando pela Nilo e pela Carlos Gomes me deparei com a grandeza dos predios onde acontecem business de todos os seguimentos!
Porto Alegre tem ainda o Iberê Camargo, a praça da Encol, o Café da Oca, o Brique da Redenção, o Ocidente, a esquina democrática, o acampamento Farroupilha, o Palácio Piratini, o Teatro São Pedro, a Catedral Metropolitana, o mate no Gasômetro, o passeio de Cisne Branco e tantas delicias mais que eu nem precisei sonhar pra desfrutar!
Tenho em mim ainda todos os sonhos, um dia hei de realizá-los, mas quando penso que minha cidade tem tudo o que o mundo pode oferecer de melhor, entendo porque PORTO ALEGRE É O MEU LUGAR!



OBS: essa crônica eu fiz para participar de um concurso literário na semana do aniver de POA, mas como não enviei à tempo não estou participando do concurso... sniff!!!

segunda-feira, 26 de março de 2012

Poemas e Contos: Love Teen

Love teen:
"Te vejo, mas não te beijo, contenho o meu desejo.
Preciso me dar ao valor,
pra ganhar de vez teu amor.
Espio o teu facebook
e capricho no meu look,

pra balada que vc vai estar,
que eu nem ia,
mas agora não posso faltar..."