sexta-feira, 13 de maio de 2011


Pretos Velhos: a definição do amor!

Em 13 de maio de 1888 a Princesa Isabel assinou a abolição da escravatura, mas ainda precisamos abolir muitos tipos de injustiças e preconceitos... a humanidade está muito longe de poder se orgulhar de ser quem é. No mundo inteiro existem pessoas que se sentem superiores por “n” motivos: raça, crença, cor, classe social, etc...
De que adianta tanta soberba, tanta intolerância, se depois de desencarnados, todos somos espíritos sem vestes carnais, ou seja, todos somos exatamente iguais? Seguiremos a mesma busca pela evolução, responderemos da mesma maneira pelos erros cometidos, teremos o mesmo amor do Pai maior!
Quanto antes nos conscientizarmos de que a verdadeira essência está por dentro da roupagem material que usamos hoje, tanto antes acabaremos de verdade com o orgulho que insiste em nos enganar de que somos melhores do que alguém...
Sabe por que hoje, dia 13 de maio, é comemorado o dia dos Pretos Velhos?

Os escravos sofreram todo tipo de tristeza, foram humilhados, maltratados, arrancados de sua terra natal, separados de suas famílias, comercializados como mercadorias e mortos sem piedade. Um grande grupo deles, mais sábios, mais evoluídos, tomados pelo amor de Cristo, soube passar por todas essas agruras com muita dignidade, com força, sem ódio e sem rancor em seus corações. E quando desencarnavam, ainda orientavam e ajudavam seus próprios algozes, que já estavam perdidos nas profundezas do umbral. Esse grande grupo, em geral aparecia nos terreiros como negros velhos, doutrinando aqueles que ainda estavam em Terra, tentando ensinar-lhes o perdão e a esperança de uma vida melhor.
Por isso são lembrados por sua humildade, por seu amor e seus ensinamentos.
Um preto velho é um espírito da mais alta elevação. Sua luz é tão forte q é capaz de cegar aqueles que não a compreende. Possuem sabedoria, inteligência, cultura. Pertencem a uma falange poderosa de forças benignas. Mas justamente por serem tão humildes e caridosos, preferem seguir se materializando como velhos escravos, chegando mais facilmente às classes mais sofridas.
Que cada um de nós se deixe contagiar pela força deste dia. Que cada um de nós consiga se livrar de uma gota do orgulho que nos ronda. Que possamos assumir os nossos defeitos, que possamos perdoar os do próximo, que sejamos mais abertos às diferenças e que tenhamos mais essência e menos aparência.

Agô, Saravá!

(um Salve especial ao Pai Antônio, ao Pai Tomé, ao vô João, à vovó Maria, à vovó Conga e à vovó Xica)



 

As Vezes Me Chamam de Negro
Carolina Soares

Às vezes me chamam de negro,
Pensando que vão me humilhar
Mas o que eles não sabem é que só me fazem lembrar,
Que eu venho daquela raça, que lutou pra se libertar,
Que criou o Maculêlê,
E acredita no camdomblé,
E que tem um sorriso no rosto,
A ginga no corpo,
E o samba no pé
Que fez surgir de uma dança,
Luta aqui, pode matar
Capoeira arma poderosa,
Luta de libertação,
Brancos e negros na roda, se abraçam como irmãos...
Perguntei ao camará, o que é meu?
O que é meu irmão? ôô meu irmão do coração
O que é meu irmão?
Ô Camará o que é meu....

3 comentários:

  1. Tatiane Moscon Ferreira13 de maio de 2011 às 22:53

    Divino!!!! Muito lindo mesmo Rô!!! Amei e amem!

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  2. Muito bom! Nos faz refletir sobre o que verdadeiramente importa. Parabéns!

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